quinta-feira, 12 de março de 2009

ESCOLHAS

Nos dias em que nos aborrecemos, em que parece nada haver para fazer, o pensamento corre, corre e voa para idades longínquas.
Este é um desses dias, e recordo a infância, quando sonhava ser escritora. Hoje e a muitas luas de distância, esse sonho já se desvaneceu, porque na faixa descendente da idade, afinal nada escrevi, e consequentemente não consegui ser a tal escritora.
Este ensaio sobre os desejos de infância não concretizados, não pretende ser mais nada senão isso mesmo, um diálogo com o meu eu sonhador, que no percurso da vida, tantos sonhos projectou, tantos projectos sonhou.
Alguns e para mim, os mais importantes foram concretizados, uma família, marido e filhos.
Mas voltando à questão do ser escritora, provavelmente não será um sonho inatingível.
Todos nós somos escritores da nossa própria vida. Sempre que acordamos para um novo dia é mais um pedaço desse romance que escrevemos. Romance ou drama ?
O romance ou o drama somos nós que o fazemos, melhor, pior ou nem por isso.
Num momento, em que tanto se fala de crise económica, de pobreza, de doença, de desemprego, será que a solução é repetidamente falarmos sempre do mesmo tema ? Creio que não.
Devemos ter sempre em mente, reescrever o nosso dia, como se só nosso fosse. E é ! O actor principal somos nós, é o nosso eu, simples, complexo, ou nem por isso.
Na vida, entre mudanças, entre altos e baixos, entre gostos e desgostos, temos sempre a possibilidade de escolher.
As escolhas…essas escolhas, são talvez o parâmetro mais difícil que temos de enfrentar quando movimentamos as pestanas no primeiro momento do dia.
Então urge escolher, com a certeza de que, para nós e para os outros, é a escolha mais correcta !

sábado, 7 de março de 2009

SER FAMÍLIA

Teoricamente a família é a união de pessoas que se amam, que se confiam e agem com solidariedade uns com os outros, fazendo o possível para o bem comum, ficando felizes com as conquistas, tristes com as derrotas, solidarizando-se sempre que necessário, apenas ouvindo quando necessário.
Hoje, começamos a ouvir vivas à família. Regozijo-me com isso!
Mas por outro lado, interrogo-me, o que de facto temos é família, ou antes pelo contrário, família, digamos assim de "ficção"?
Os meios tecnológicos ao nosso dispôr, hoje em dia, substituem, o diálogo, a convivência,e sobretudo a proximidade. Basta um telefonema e todos os conceitos de união, solidariedade e escuta estão resolvidos e deixam-nos dormir de consciência tranquila.
Muitas vezes, devido à vivência, na primeira pessoa, concluímos que família, são aqueles que "não nos são nada", mas de quem sentimos a solidariedade, a escuta, a presença.
Embora a reflexão já vá longa, não poderia deixar de salientar, que de facto família, são os que passam a soleira da nossa porta, e partilham conosco, os bons e os maus momentos.
No mundo da era científica, a família apesar de tudo, não pode, nem deve ser uma família "ficção", pois pergunto-me, o que somos nós, sem família ? Órfãos, com toda a certeza!